jun_18
Um de dois canapés. Madeira, veludo, tinta dourada, 265,5 X 70 X 55 cm, nºs inv. MAR 2844 e 2845.
Uma das três credências. Madeira, mármore, metal dourado, 200 X 97 X 75 cm. N.ºs inv. MAR 2842, 2843, 2858.
PEÇA DO MÊS | MOBILIÁRIO DO SALÃO NOBRE

As peças de seguida descritas integram um conjunto de mobiliário composto por três credências, dois canapés e doze cadeiras de braços, encomendados especificamente para a decoração do Salão Nobre do Palácio da Assembleia Nacional em 1949 e tomada de posse do Marechal Óscar Carmona, desenhados pelo arquiteto Luís Benavente (1902-1993), responsável por esse trabalho, como se atesta por ofício enviado pelo Secretário da Assembleia Nacional, Costa Brochado, ao Ministro das Obras Públicas em 20 de abril desse ano.

As credências apresentam uma forma retangular, com caixa em madeira pintada de castanho, tampo de pedra de tonalidade ocre rosada, base também retangular em madeira de tonalidade castanha igualmente escura, e duas pernas laterais de metal amarelo em forma de ‘S’ e terminação em voluta. Na parte posterior, visualizam-se duas peças de sustentação e de secção retangular.


Dois canapés retangulares em madeira patinada a folha de ouro, sem costas, assento para três lugares dimensionados e dois braços rematados, também em voluta, ambos estofados de veludo liso e tonalidade verde escura. As oito pernas, distribuídas simetricamente ao longo do corpo da peça, apresentam secção quadrada e afunilam para a respetiva base.
 
As doze cadeiras de braços que completam este conjunto, também de madeira dourada, apresentam espaldar muito elevado, assento quadrangular e pernas de secção retangular, estofadas de veludo idêntico aos dos canapés, e braços também finalizados em forma de voluta.
 
O autor-desenhador deste mobiliário, de cariz modernista, minimalista e sóbrio, deixou um legado de indiscutível qualidade intrínseca nos trabalhos realizados em meados do século passado. A Luís Benavente se devem algumas obras relevantes de cunho clássico, embora sempre com uma marca pessoal e de rigor. A obra de maior envergadura - incidindo essencialmente nos respetivos interiores – consiste na reabilitação do designado ‘corpo da Arrábida’ como parte integrante do Palácio de Belém e visando a instalação do então Presidente da República, Marechal Craveiro Lopes, realizada em 1951-1952. A esta devem acrescentar-se obras de remodelação no Palácio Foz, assim como, em Londres, a adaptação de residência georgiana para alojar a Embaixada de Portugal, ou, em Roma, a Basílica de Santo Eugénio – Vaticano, entre outras.

Página anterior: Uma de 12 cadeiras de braços. Madeira, veludo, tinta dourada, 131 X 67 X 53 cm, nºs inv. MAR 2846 a 2857.
Mais informações em: www.parlamento.pt
ISSN 2183-5349 | Copyright © 2014 Assembleia da República. Todos os direitos reservados.