jul_17
Funcionários da Torre do Tombo no corredor a preparar a transferência da documentação para o novo edifício na Cidade Universitária.
O mesmo corredor no início da instalação do AHP nos espaços anteriormente ocupados pela Torre do Tombo, 2001.
Depósitos com estantes rolantes.
Sala de leitura do AHP, 2014.
ANTES E DEPOIS | ARQUIVO HISTÓRICO PARLAMENTAR

Sabia que em 1989 as atuais instalações do Arquivo Histórico Parlamentar (AHP) eram parte do Arquivo Nacional da Torre do Tombo?

A Torre do Tombo, uma das instituições mais antigas de Portugal, começou por estar instalada numa das torres do castelo de Lisboa desde o reinado de D. Fernando (século XIV) até 1755. Com o terramoto de 1 de novembro de 1755, a torre onde se encontrava instalada ruiu e, após autorização do Marquês de Pombal, a documentação foi transferida da barraca de madeira, construída na Praça de Armas, para instalações arrendadas ao Mosteiro de São Bento da Saúde (1757), espaço que viria a acolher o Parlamento no século XIX.

A transferência da documentação do Arquivo Nacional terminou em setembro de 1990 e, entre esta data e 1999, foram feitas muitas obras de adaptação e melhoramento nos antigos espaços da Torre do Tombo.

E onde estava instalado o AHP em 1989?

Também em fase de transferência de vários espaços, devido às futuras obras de remodelação no Palácio.


Em janeiro de 1989 e depois de a documentação ter deambulado por diversos espaços do Palácio, nem sempre nas melhores condições de preservação para uma documentação histórica guardada desde as primeiras Cortes Constituintes e sempre objeto de preocupação por parte dos que a consideravam um património importante, começou um processo de transferência para instalações provisórias até à instalação definitiva nos espaços do Palácio ocupados pela Torre do Tombo. Alguma documentação do AHP foi provisoriamente instalada em lojas de um edifício na Praça de São Bento e a restante em outros espaços improvisados no Palácio de São Bento.

A transferência da documentação arquivística para espaços desadequados à sua preservação foi objeto de uma intervenção da Deputada Natália Correia na sessão de 19 de janeiro de 1989, que denunciava o "atentado" na mudança de documentos para um prédio sujeito a inundações e com a demolição prevista, assim a "incúria" no acondicionamento das espécies.

A imprensa também alertou para o perigo em que se estava a colocar este património arquivístico único da história do nosso país, não só pelas más condições dos espaços provisórios, mas também pelos procedimentos seguidos na transferência da documentação. Os títulos escolhidos espelhavam a preocupação com a situação do património parlamentar: "Mudança do Arquivo Histórico causa alguma apreensão", no Diário Popular de 14 de janeiro de 1989; "Um arquivo em perigo", no Diário de Notícias de 18 de janeiro do mesmo ano.

E como evoluiu o AHP até à atualidade?

Em 1993 os gabinetes de trabalho dos funcionários afetos ao AHP foram transferidos para um edifício da Assembleia da República, na Av. D. Carlos I. A sala de leitura do Arquivo continuava provisoriamente a funcionar na sala de leitura da Biblioteca da Assembleia da República, no Palácio de São Bento. Em 1996 foi aprovada uma proposta de remodelação da atual sala de leitura e dos gabinetes de trabalho. Neste mesmo ano a documentação dispersa pelos espaços de depósito provisórios e sem condições foi transferida para o edifício da Av. D. Carlos I. Durante o ano de 1997 foram efetuadas as obras nos atuais espaços de depósito da AHP e adquiridas estantes para a reinstalação da documentação.

Em março de 2000 os funcionários afetos ao AHP mudaram-se definitivamente do edifício da Avenida D. Carlos para as atuais instalações no Palácio de S. Bento, junto à entrada lateral. Os depósitos do Arquivo encontravam-se já com toda a documentação devidamente acondicionada, e em estantes rolantes para aproveitamento máximo do espaço.

O AHP tem vindo desde então a desempenhar as suas competências enquanto Arquivo Parlamentar guardando, preservando e descrevendo toda a documentação produzida no decorrer da atividade parlamentar, propondo projetos estruturantes para a modernização administrativa da Assembleia da República e comunicando a informação veiculada por todos os documentos, em qualquer suporte, desde 1821 até à atualidade e em crescimento contínuo.

O acesso à sala de leitura do Arquivo é livre. O horário de funcionamento é de segunda a sexta das 9h00 às 18h00. Nos dias de trabalhos parlamentares, o Arquivo encerra com o fim do Plenário e às 19h00 quando decorrem trabalhos das comissões parlamentares.
Mais informações em: www.parlamento.pt
ISSN 2183-5349 | Copyright © 2014 Assembleia da República. Todos os direitos reservados.