Colar da Câmara dos Pares, metal amarelo, séc. XIX, 39 x 6,6 cm. Fundo Antigo do Palácio das Cortes, n.º inv. MAR 128.
PEÇA DO MÊS | COLAR DA CÂMARA DOS PARES
Distintivo para uso do pessoal de serviço à Câmara dos Pares, composto por placa de suspensão e colar de metal fundido com decoração relevada.
A placa, de forma retangular, é recortada representando manto de arminhos preso superiormente a meio e aos lados por laçada de cordão com borlas. O manto envolve o brasão das armas reais portuguesas usadas no período da Monarquia Constitucional: escudo francês, quadrangular com cantos inferiores arredondados e ponta ao centro, encimado por coroa real; ao centro um pequeno escudo de forma idêntica, no qual se inscrevem cinco quinas dispostas em cruz, circundado por sete castelos. À volta do escudo, uma tarja bifurcada nas extremidades com a inscrição "CAMERA DOS DIGNOS PARES DO REINO".
A placa está suspensa do colar por duas pequenas argolas fixas no reverso. O colar é formado, em sequência intercalada, por elos ovais, torres com ameias e escudos, de formato idêntico aos da placa, com cinco quinas em cruz.
Os distintivos do pessoal de serviço à Câmara dos Deputados eram idênticos, divergindo apenas a inscrição na tarja – "CAMARA DOS SR.s DEPUT.os".
O colar era usado sobre o uniforme, como insígnia das funções desempenhadas.
A Câmara dos Pares foi criada pela Carta Constitucional outorgada em 1826 por D. Pedro IV, que instituiu um regime parlamentar bicameral, e extinta em 1910 com a implantação da República. Instalada inicialmente no Palácio da Regência, no Rossio, após a vitória do Liberalismo e a instalação das Cortes no antigo Mosteiro de S. Bento da Saúde, em 1834 passou a ocupar o espaço da antiga Livraria monástica. Em 1867, sob projeto de Jean-François Colson, foi inaugurada a nova sala no local da anterior, que passaria a designar-se Sala do Senado após a implantação da República.